Só
quem teve uma grande perda na vida sabe o significado do título desse texto.
Primeiramente é necessário saber que ninguém é diferente de ninguém. Todos nós
seres humanos estamos sujeitos à dor, ao medo, aos sentimentos mais obscuros,
por mais fortes que nos façamos. O luto é sem dúvida alguma a dor mais difícil
de superar. Estar enlutado é lutar contra lembranças fraternas que causam
saudade, arrependimento e uma vontade angustiante e sufocante de voltar no
tempo. Quem manja de gramática deve ter percebido que minhas últimas palavras
acima foram verbos. Sim, o luto é sentimentalmente um verbo.
É derivado de
lutar! Lutar contra a dor, contra os pensamentos, contra o arrependimento de
não ter aproveitado mais a presença, de não tido aquelas palavras, de não ter
dado mais valor à alma de quem foi. Assim, luto também é verbo de sofrer!
Sofrimento angustiante, que maltrata, que não tem pena. Todos tentam se agarrar
numa força fictícia que nos é oferecida pelas pessoas que vem de fora e não
conhecem a verdadeira dor da falta. Nunca deseje força a alguém enlutado,
ofereça o seu silêncio e seus braços! Daí a pessoa descobrirá que a verdadeira
força para superar a dor da ausência está gravada na pedra da memória do
coração, aquela em que insistimos em apenas gravar as memórias e não as
contemplar pela sua beleza e pela magnitude que foi o momento.
Luto também é
verbo de chorar, de derramar lágrimas pelo que foi projetado pela mente e que o
destino, impiedoso e implacável, decidiu abreviar antes da nossa própria
vontade. Enfim, essa é minha breve declaração sobre o luto que é um sentimento
obscuro, necessário para uma reflexão mais aprimorada das mudanças que ocorrem
nas vidas. Que todos façam do luto uma lição para superação pessoal, não algo
que o perturbe, que o afogue num lago de angústia e impeça de enxergar que a
vida pode sim parar para uns, mas para nós ela continua seguindo.
“Não tenha pena dos mortos, tenha pena dos
vivos, e acima de tudo, daqueles que vivem sem amor” (Harry Potter
e as Relíquias da Morte)
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