segunda-feira, 22 de agosto de 2016

#42 A Fuga



O tambor rufa.
O baixo toca o som grave.
O acorde da guitarra é leve.
E assim começa uma nova decepção.
Em forma de canção.

É isso mesmo. Está correto. É chagada a hora. Faremos isso essa noite. Do nosso jeito. Tudo bem!
Eu não sei o que é passado. Me leve para o futuro. Chegou a hora de ir. Você está bem?
Vamos fugir. Cometer mais um crime codificado. Por cores. Vamos cortar. E saturar.
Vamos. Me mostre. Algo de dentro de você. Algo que ninguém nunca saberá como é. Uma ilusão. De amor.
E lá vou eu. Como uma estrela solitária. Fugindo. Para muito longe. Para o futuro. 
Estou pronto. Para me render à coragem. Que vem de dentro. De mim. Um outro lugar. Um outro alguém. Talvez.
Estou fugindo. Para fazer as coisas do meu jeito. Tudo bem. Dirigindo pela constelação. Está na hora. Tudo bem!
Não se atrase. Você seria minha salvadora. Faça o seu melhor. Faça o que puder. Para ficar.
O amor é só um ajuste. Um reajuste. Uma bagunça. Mantenha meu nome ao seu alcance. Para quando precisar. Para programar. 
A Fuga.

Dedicado ao meu coração!
(O físico e o emocional)


quarta-feira, 17 de agosto de 2016

#41 Das verdades, a maior farsa




Baseado em decepções reais.

Você é aquele vinho caro que dá prazer no primeiro gole, mas que fermenta na metade da taça.
Você é aquela joia dourada, que muitos acreditam ser preciosa, mas um estudo aprofundado mostra que não passa de uma bijuteria.
Você é aquele curativo, que se arrancado da ferida, machuca mais ainda.
Você é aquela nuvem cinzenta que promete uma tempestade, mas traz apenas uma chuva passageira.
Você é aquela visão, aquela miragem no deserto.
Você é aquele abraço apertado, que parece ser profundo, mas é raso.
Você é aquele livro caro, com a capa espetacular que promete uma grande história, mas não convence já no primeiro capítulo.
Você é aquela música que gruda na cabeça, mas que sai de moda em menos de três meses.
Você é aquele segredo que todos sabem qual é, mas ninguém diz.
Você é aquela paixão platônica, disfarçada de amor.
Você é aquele beijo ardente, mas sem sabor.
Você é aquela coisa passageira que promete ser eterna.
Você é a doença, disfarçada de saúde.
Você é um veneno, disfarçado de remédio.
Você é a beleza por fora, mas é uma penumbra por dentro.
Você sabe convencer, mas não engana a si mesma.
Você aquela pessoa má, usando máscara de pessoa boa.
Você é tudo isso. Muito mais. Disfarçado de muito menos.
Você é dentre todas as verdades, a maior farsa.