Gosto
muito de ficar em casa. Minha vida se resume em assistir muitos filmes e
séries, me entupir de coisas legais, evitar o contato humano! Eu sei que
só isso já me completa e sou muito feliz dessa forma, embora muitos não
acreditem. Saio poucas vezes para encontrar meus amigos. Eles me aceitam
assim e sabem que a minha solidão é companheira, não algo que me maltrata.
Algumas pessoas me julgam como infelizes e, recentemente, “por acaso”, recebi
uma indireta de uma dessas pessoas que me julgam como tal.
Eu não sou infeliz.
Tenho muita felicidade, bondade, amor e Deus no meu coração, não sou hipócrita.
Dessa forma parei para pensar: qual o problema em (supostamente) ser infeliz? E
daí se eu odeio sair do conforto e paz da minha casa, para o desconforto do aglomerado
da felicidade artificial que todos esbanjam numa festa regada a álcool e drogas
ilícitas? Qual o problema de eu escolher minha TV, transmitindo as minhas
séries e meus filmes favoritos, me enchendo de gostos e coisas boas, a escolher um
falso debate sobre a pena que as pessoas supostamente sentem da última
celebridade que faleceu? Qual é o problema de eu escolher não me arriscar num
namoro, numa paixão, quando no passado eu mergulhei de cabeça em lagos rasos e
meu coração paga o preço até hoje? E se eu escolher não me envolver, decidir
que sozinho estou mais satisfeito, o que você tem á ver?
Agora a mais crucial
de todas as perguntas: e se eu escolher viver infeliz? Veja bem, pronome “eu”.
Se eu escolher viver infeliz, sozinho, sobrecarregado com minhas perturbações,
quieto no meu canto, você não tem nada a ver, meu caro. A decisão de como uma
pessoa quer viver cabe única e exclusivamente a ela, apenas. Se você escolheu
viver no padrão da sociedade, se participa de cada nova modinha que surge nas
redes sociais, se é fã do craque de futebol, se chorou na morte do cantor de
música romântica, se você escolheu ser feliz dessa forma, beleza! Deixe ser
infeliz quem quer ser infeliz. Cada um de nós deve enxergar a vida de sua
maneira. E que a felicidade vire rotina na vida de cada um que a escolheu ao
seu modo. Não cabe à ninguém julgar. Cabe respeitar.