domingo, 26 de julho de 2015

#18 Um brinde à sociedade intolerante que reclama da intolerância



Cristiano Araújo. Segundo seus fãs "mais íntimos", ele foi um dos maiores ícones da musica sertaneja. Dados divulgados na impressa depois da sua morte trágica em 24 de junho desse ano, apontavam que o mesmo faturava trinta milhões de reais por ano em shows. Certamente é impossível negar que, pela expressividade desses números,  o cara com certeza tinha uma grande leva de fãs por onde passava. Mas, se eu disser que, mesmo com tamanho sucesso nos números, eu e uma grandiosa parcela da população pouco, ou quase nada, conhecíamos o cujo dito e não sabíamos nada desse "ídolo"? Correto, tudo bem, não irá dar em nada, certo? Errado, muito errado. Muitas pessoas que nunca sequer ouviram o nome do falecido cantor ao menos uma vez na vida foram xingadas, julgadas e crucificadas pelos "pseudo-fãs" do mesmo. Sim, intolerância total!



Zeca Camargo, renomado jornalista, opinou acerca do assunto que por dias tomou conta das manchetes dos principais jornais e portais de notícia do país. Segundo Zeca, em sua crônica divulgada no canal de notícias da TV Globo, a GloboNews, o que realmente surpreendia era o fato de que, esse evento (a morte do cantor), pudesse causar tanta comoção nacional, uma vez que Cristiano era "uma figura relativamente desconhecida." Zeca comparou, de forma totalmente bizarra, com certeza, a comoção do caso, "ao atual terror da cultura, que são os livros para colorir", usados por adultos.



E se eu disser que, tirando a comparação totalmente desnecessária com os livros de colorir, concordo com a opinião dele? Analisamos: Cristiano Araújo terá calibre para ser lembrado pela sua contribuição á música brasileira daqui á alguns anos, como Cazuza, Raul Seixas e Renato Russo deixaram e são lembrados até hoje? Ou, como os artistas da área dele que com certeza são eternizados, casos de Tião Carreiro, Milionário e Inezita Barroso?

Duas grandes lendas da música realmente sertaneja, 
Inezita Barroso e Milionário faleceram no início de 2015.


Vivemos hoje numa sociedade pragmática, repetitiva e doentia. Quem ousa usar o cérebro para pensar, expor suas idéias e opiniões, dar a cara para bater é considerado idiota, alienado, cúmplice do sistema. O engraçado é que algumas pessoas que criticam, não toleram ser criticadas! Aprimorar os pensamentos e expô-los é saudável e cabe á todos respeitar a opinião do próximo. Discordar das coisas, das opiniões contrárias daquilo que se pensa ser o correto é o direito de qualquer um. Mas tomar a opinião pessoal própria como verdade e não aceitar o ponto de vista alheio é intolerância. E uma intolerância tremenda! Onde está o direito ao debate de idéias, onde está a resiliência e a igualdade?



Concordo sim com Zeca Camargo quando ele diz que Araújo faleceu cedo demais para deixar uma contribuição relevante para a música brasileira, mas ao comparar os livros de colorir, que são um ato de lazer, á uma tragédia dessa ele foi infeliz. Mas essa é a opinião dele. Cabe á mim, que usa o cérebro, aceitar, analisar, concordar ou discordar e debater. Mas acima de tudo, respeitar. Respeito Zeca Camargo porque ele teve ousadia o suficiente para dar a cara para bater e precisamos de mais pessoas assim hoje em dia.
Sempre aberto ao debate.

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