domingo, 25 de outubro de 2015

#25 Relacionamentos: liberdade, paixão e sofrimento.

Nomes de pessoas citadas foram alterados.

Aureliano e Priscila, se não me falhe a memória, são namorados a pouco mais de dois anos e moram juntos, dividem sua alegrias, tristezas, conquistas e derrotas juntos. Mas há algo que esse casal não compartilha: a maturidade. Conheci Aureliano há pouco mais de um ano, um cara de ideais fortes e sólidos, um homem com plena consciência do que faz. Até o dia em que briga com Priscila. Pouco conheço Priscila, mas a imagem que ela passa é de uma pessoa com ideal firme e único, que não aceita ser contraposta, seja onde e como for. Recentemente, os dois brigaram por um motivo inusitado que chamou minha atenção: liberdade. 



É fato que, para que um relacionamento seja sólido, saudável, que tenha paixão e desejo, ele precisa de um tempo. Da gente mesmo, conosco mesmo. Não que se tenha que terminar o namoro, dar um tempo, nada disso. A liberdade num relacionamento só mostra o quanto podemos ser dependentes de uma pessoa. Pode-se estar numa festa com os amigos, dançando e se divertindo, mas nossa mente gostaria de estar em outro lugar, com alguém. Quando se priva o parceiro da liberdade no relacionamento, ele se torna um campo minado, onde, de um lado, brigas são questão de honra, e do outro questão de medo. Não que eu esteja defendendo um ponto de vista em detrimento de outro, nada disso. É que quando algo que é vindouro "acaba" o sofrimento vem. E vem impiedoso, implacável, sem eu, nem breu, sem dó. É como um câncer que ataca as células saudáveis do organismo, enfraquecendo e matando uma por uma. Aí entra em cena aquela questão: ele(a) não me deu valor, traiu a minha confiança! 



Então também entra em cena a questão: você pode ter a sua liberdade, seus amigos, sua crença seu jeito, seu estilo, seu amor, sua paixão... o outro não. Não se pode ter, por duas ou três horas a presença acolhedora de alguns amigos, de uma música boa pra dançar, ter o pensamento em outro lugar... que já está se traindo uma confiança alicerçada, que antes era inabalável! Sério mesmo? Ter liberdade, muitos querem. Dar a liberdade é diferente. Por que?
Dito isso, posso afirmar assim que, sofrer por amor é opcional! Não se pode perder tempo com as besteiras que o coração manda as pessoas fazerem, quando a mente implora para que seja dado valor à razão! 



Sim, eu sei, não é fácil ouvir a voz da razão quando nossas indiferenças são caladas, censuradas, injustiçadas! É fácil observar a questão pelo ponto de vista pessoal, mas e o outro ponto? Foi ouvido, teve como se defender? Não, vamos parar com isso. A vida segue em frente, chega de sofrer por coisas que só nos levam pra trás, chega de sofrer por imaturidade, falta de vontade. É necessário usar esses tombos para crescer, moldar-se e - a partir daí - tornar-se um ser humano mais forte, que tenha o poder de gerenciar as emoções, que seja maduro, que tenha senso de justiça, de igualdade! Se é para amar, ame direito, só for pra viver, da mesma forma, viva direito! Não é justo lançar a semente e ir embora sem regar! O que é para ser será, não vai ser interrompido, quebrado por nada ou por qualquer bobagem! Se não for pra ser, siga em frente, o mundo tem distrações de sobra, pessoas boas, modos diferentes de se enxergar a situação. Não se pode deixar que algo como o amor, que é recíproco e único, se torne sinônimo de dor e sofrimento. Amar é inevitável. Paixão é incontrolável. Sofrer por eles é opcional.

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