sexta-feira, 9 de outubro de 2015

#21 Talvez, um dia eu me arrependa...

A quem interessar possa...

Do que eu posso me arrepender?
Talvez um dia eu me arrependa por ser tão cabeça dura, de usar a solidão como cura. 
Talvez um dia eu me arrependa por ter inventado desculpas para não ir naquele encontro com os amigos. 
Talvez, quem sabe, eu me arrependa por decidir que estar comigo mesmo e não com alguém era a melhor coisa a se fazer. 
Talvez um dia eu me arrependa de não ter ouvido mais minha mãe, que eu deveria sair mais, arrumar uma namorada, alguém pra fazer feliz. 
Talvez eu me arrependa de ter dedicado minha vida demais aos estudos, de que se possível fosse, eu morreria estudando. 
Talvez um dia eu me arrependa de não ter dito as palavras certas para as pessoas que perdi antes delas partirem dessa vida. 
Talvez eu venha me arrepender de não ter trabalhado menos, me esforçado menos em certos aspectos e ter aproveitado mais à vida. Esse arrependimento, muitos dizem, é certo. 
Quem sabe eu vá me arrepender por não ter me aproximado mais de Deus, e aprendido mais sobre a magnitude da sua benevolência. Talvez um dia eu me arrependa por não ter me esforçado mais para fazer com que meus relacionamentos interpessoais funcionassem melhor. 



Do que eu me arrependo hoje? 
De não ter feito ontem o que fiz hoje. 
Arrependo - me de não ter valorizado - me mais, cuidado mais dos meus anseios do que minhas próprias emoções. 
Arrependo - me de ter valorizado cacos de vidros espalhados no chão, ao invés de ter valorizado os diamantes que tinha guardado no fundo de um baú em meu coração. 
Eu me arrependo de ter dito "eu amo você" em situações que mereciam "eu gosto de você" e ter dito "eu gosto de você" em situações que mereciam o mais profundo "eu te amo". 
Arrependo - me amargamente das maneiras que tinha, da falta de discrepância, senso crítico e coerência frente à faceta da realidade cruel da vida. 



Do que eu não me arrependo?
Não me arrependo de ter me tornado o que sou.
Não me arrependo das muitas escolhas que fiz.
Não me arrependo de ter os amigos que tenho hoje.
Não me arrependo de muita coisa.
Tenho a plenitude do discernimento de que os erros do passado me tornaram o que sou hoje.
Amadureci, cresci.
Chorei e vivi!
Preciso ter consciência de que talvez um dia eu venha a me arrepender de algumas coisas, mas nunca, jamais me arrependerei de ter sido eu mesmo, com a certeza de que não serei o mesmo para sempre.

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