quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Ansiedade é frescura. Até te atingir.

Quase 3 anos sem escrever no Perdido na Etiópia! Durante esse tempo eu tive muitas ideias para textos, até os coloquei no papel, mas não os digitei. Enfim, espero que em 2021 eu esteja mais presente, para por alguns pensamentos aqui, e também para acalmar um pouco a minha mente.

Mas, sem rodeios, vamos lá! Por muito tempo - e por motivos religiosos - eu achava que ansiedade e depressão eram coisas que jamais me atingiriam, uma vez que eu tinha o pensamento soberbo de que, tendo Deus no meu coração, nunca seria acometido por essas frescuras. Mas eis que tudo é aprendizado.




Então, o mal do nosso século (além, é claro, da falta de empatia) me atingiu, mesmo que Deus esteja em algum lugar aqui dentro mim. É incrível como um só pensamento sobre nossos problemas diários pode se transformar numa catarata caudalosa de outros pensamentos ruins e acelerados, todos interligados de alguma maneira.

Até pouco tempo atrás, apesar de achar que tinha evoluído nesse sentido, eu secretamente achava que ansiedade era uma coisa muito superestimada, afinal, problemas todo mundo tem. Mas eis que o destino nos ensina valiosas lições, e eu que achava que era altruísta, tomei uma invertida da vida. Vivendo e aprendendo.

Tenho tido alguns problemas pessoais e profissionais e por conta disso, alguns pequenos pensamentos se instalaram no fundo do meu cérebro. Eles começaram de maneira quase que silenciosa, passando pela mente num piscar de olhos, mas depois de um tempo, eles começam a fazer barulho. Um barulho que no começo é de baixa frequência, depois vai aumentando até que, como uma bactéria incontrolável, já dominou todo seu estado de espírito.

É isso que está acontecendo comigo neste momento. Tenho sido movido á fórceps por um medo e pensamentos incontroláveis de que tudo na minha vida vai dar errado. Tenho sempre a impressão de que algo horrível me espera, escondido, em qualquer parte do dia de amanhã, da semana que vem, do mês que vem, seja no trabalho, na rua, na esquina, em casa...

Apesar de toda essa onda de pensamentos que me arrastou no mar da ansiedade adentro, eu consegui refletir e aprender da pior maneira que ansiedade não é e nunca vai ser frescura. Os problemas dos outros sempre parecem menores do que os nossos, até que passemos por situação semelhante. Ansiedade é doença. Depressão é doença. E são os males do nosso século. São doenças capazes de nos tirarem aquilo que mais almejamos no meio desse lamaçal de pensamentos ruins: a paz.

Mas, Weriton, do que depende a paz de pensamento e espírito? Aquilo que eu disse no começo desse texto, que é também algo que falta no nosso cotidiano: empatia. Empatia não é algo que se adquire da noite pro dia. É algo de vivência, que vem de dentro de nós, que nos torna verdadeiramente humanos, com consciência de que nada é perfeito, nada é do jeito que queremos. A vida é o que é. Pronto.

Em suma, acredito que a partir de agora deixarei de julgar certos aspectos das vidas alheias. O destino, ou até mesmo Deus talvez, nos pregam peças. Hoje pensamos que certas coisas são inalcançáveis para as pessoas que somos na altura da vida em que estamos, mas a própria vida está aí para nos mostrar que não é bem assim. Eu estou aprendendo a lição de uma maneira que não gostaria, mas que levarei para a posteridade até o findar dos meus dias. Novamente: para o bem ou para o mal tudo é aprendizado!


Ps: você está com pensamentos sombrios e acha que precisa de ajuda? Ligue 188. Fale. Alguém vai te ouvir.

2 comentários:

  1. Pois é. Acho importante externar, pra dar uma aliviada.

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  2. Nossa, da maneira que vc se expressou, retratou tudo que se passa no meu interior.

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